23 de abril de 2014

          Para o Real Madrid, esse é o ano de acertar as contas alemãs. O primeiro desejo de vingança envolvia o Borussia Dortmund, responsável por eliminar os espanhóis na temporada passada, e há pouco mais de duas semanas essa dívida foi quitada. Pelas quartas de final dessa edição, o confronto se repetiu, e dessa vez quem levou a melhor foram os blancos. Agora, diante do Bayern de Munique, o objetivo é vingar a amarga eliminação de 2012, resolvida em uma disputa de pênaltis que ainda está engasgada na garganta do torcedor madridista. Os bávaros, por outro lado, pretendem conquistar o bicampeonato sob novo comando e provar que ainda são a elite do futebol europeu.
          Santiago Bernabéu foi o palco para o primeiro de dois jogos que decidirão um dos finalistas da competição. Recebidos por uma torcida que lotou os arredores do estádio antes do jogo, o Real Madrid buscava tirar proveito da oportunidade de estar em seu estádio para deixar a classificação bem encaminhada. O Bayern, dirigido pelo técnico Pep Guardiola - que nunca perdeu um jogo na casa do Madrid - procurava impôr seu estilo de jogo fundamentado na posse de bola e voltar para Alemanha com boas chances de consolidar a vaga em casa.
          Os donos da casa iniciaram o jogo recuados. Assistindo ao Bayern trocando passes e pressionando, pareciam não se achar em campo, reféns do ritmo ditado pelos visitantes. Aos 13 minutos, estatísticas mostravam 90% de posse de bola alemã. Sabendo sofrer e esperando seu momento, aos 19 minutos os merengues foram recompensados; em uma jogada nascida com um passe longo de Cristiano Ronaldo para Coentrão, o francês Benzema só precisou empurrar a bola para dentro do gol após receber cruzamento. Interferindo na convicção do Bayern e recarregando a confiança do Madrid, o gol se tornou o divisor de águas da primeira etapa.
          A partir daí, o confronto não era mais liderado pelo Bayern. O gol despertou no Real Madrid uma importante melhora, fazendo com que a equipe percebesse que apesar do adversário exercer uma enorme imposição (principalmente pela posse) sobre eles em sua própria casa, podiam contar com sua conhecida e letal arma: o contra-ataque. Na marca dos 40 minutos, duas chances claras de gol haviam sido desperdiçadas pelo clube espanhol: uma com Cristiano Ronaldo, e outra com Di María. Quando Howard Webb decretou intervalo, o placar permanecia 1-0.
          No segundo tempo, o time espanhol precisava manter a intensidade e a solidez defensiva para proteger e até ampliar a vantagem. Voltaram pressionando a saída de bola alemã, coisa que não se via no começo dos primeiros 45 minutos. O Bayern continuava apostando em sua filosofia de trabalhar bastante as jogadas para chegar o gol, mas encontrava certa dificuldade, e o goleiro Casillas não vinha sendo muito exigido. Guardiola colocou Javi Martínez em campo, e em seguida houve um festival de alterações, nas duas equipes. No Bayern, o apagado Ribéry saiu para dar lugar a Mario Götze. Schweinsteiger foi substituído por Müller, dando à equipe um caráter mais ofensivo. Já no Real Madrid, Varane entrou no lugar de Pepe, que sentia dores na coxa. Cristiano Ronaldo, que se recupera de lesão, deu lugar ao galês Bale. Por fim, Illarramendi tomou o lugar de Isco.
          A emoção se estendeu até os últimos minutos, enquanto o Bayern mostrava um crescimento no rendimento de suas jogadas e maior poder ofensivo. Entretanto, o gol merengue marcado aos 19 minutos foi o único da partida, e o confronto segue aberto para o jogo de volta na Alemanha. Com muito em risco e um certo equilíbrio entre os lados, o jogo de volta na Allianz Arena tem de tudo para estar com clima de final.

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