22 de abril de 2014

          O destino conspirou. No sorteio responsável por definir os confrontos das semi-finais da Champions League, foi decidido que era hora de José Mourinho e Fernando Torres retornarem a Madrid. O técnico português deixou a capital espanhola no fim da temporada passada, após comandar o Real Madrid por 3 anos; depois de se encontrar em pé de guerra com a imprensa local por colocar o protegido goleiro Iker Casillas no banco de reservas. Torres, que aos 19 anos se tornou o capitão mais novo da equipe colchonera, voltou pela primeira vez ao Vicente Calderón, diante da torcida que tanto fez sorrir em tempos passados. Tudo isso contribuiu para deixar ainda mais emocionante o duelo entre a atual sensação do futebol europeu e os ingleses campeões da edição 2011/2012 da UCL.
          Com mais semelhanças do que diferenças em questão de proposta, os dois times procuravam se defender bem, sem deixar espaços, e aproveitar os erros do aversário. Isso resultou em pouca iniciativa por ambas as partes - porém, a situação favorecia o Chelsea, jogando fora de casa, muito mais do que o Atlético, que teoricamente deveria buscar o resultado em seu próprio estádio. Poucas emoções definiram o confronto sem brilho que se viu em Madrid. Até a torcida local, que se mostrou bastante barulhenta na trajetória até a semi-final, não fazia o caldeirão ferver (perdoem o trocadilho).
          Porém, não só de espetáculos vive o futebol. E o Chelsea de Mourinho, que sabe muito bem disso, entrou em campo sem nomes importantes - Matic, Eto'o, Ivanovic e Hazard - considerando um empate por zero a zero como bom resultado. Aos 14 minutos, mais um jogador se juntaria à lista de desfalques: Petr Cech. O goleiro dos blues caiu de mau jeito após uma defesa e foi levado direto a uma clínica de atendimento, onde foi constatada uma possível luxação, que põe em risco a chance do checo participar do confronto de volta.
          Durante os primeiros 45 minutos, uma partida estática. O Atlético, enfrentando um rival defensivo, teve dificuldade em tomar iniciativa. Foram 21 cruzamentos para a área rival, que não resultaram em gols. Na segunda etapa, mais do mesmo. Apesar da entrada de Arda Turan ter movimentado um poucos mais os colchoneros pelo fato do jogador se deslocar bastante e buscar espaços, não foi o suficiente para balançarem as redes em casa. O Chelsea, executando muito bem a proposta de Mourinho, basicamente defendia, ganhava tempo quando podia, e ficava atento a possíveis erros adversários; entretanto, Torres estava muito desconectado do resto da equipe, e recebia bolas esporádicas com a missão de "se virar sozinho". Simeone tentou arrancar a vitória jogando os últimos dez minutos com Diego Costa e Villa, dois centro-avantes, mas o confronto terminou empatado e sem gols.
          Agora, tudo será decidido na Inglaterra. O Chelsea não deverá adotar uma postura tão conservadora e defensiva em Stamford Bridge, local onde Mourinho não costuma perder. Apesar da vantagem de jogar em casa, os blues possuem desfalques muito importantes, incluindo Lampard e Mikel (que foram suspensos, após receberem mais um cartão amarelo) à lista dos já citados. Terry também foi substituído, lesionado, e ainda não se sabe se o inglês estará ou não presente no jogo da volta. O Atlético perde Gabi, pelo mesmo motivo de acúmulo de amarelos.
          Considerando as 15 semi-finais da Champions League que terminaram em 0x0 na ida, em 10 delas quem se classificou foi o time que jogou a partida de volta em casa. Entretanto, o Atlético de Madrid conseguiu vaga em todas as 6 eliminatórias européis nas quais empatou por esse placar no jogo de ida. Depois de terem se testado por 90 minutos, chegou a hora da prova de fogo, e não há mais margem para erro. No dia 30 de abril, desfalcados ou não, dando espetáculo ou não, só uma coisa importa: conseguir uma vaga para a grande final.

Um comentário:

  1. Puxa Gio,como é fácil p/ vc escrever!!!Muito bom!!!!Parabéns querida e apaixonada "madridista"...bj

    ResponderExcluir