30 de abril de 2014

          29 de abril, dia de conhecer o primeiro finalista da edição 2014 da Champions League. A última etapa das semi-finais, decidida na terça (29) e quarta (30), colocou frente a frente o Real Madrid e o Bayern de Munique, dois adversários que já haviam se enfrentado nessa mesma altura do campeonato, em 2012, quando os alemães conseguiram a classificação em uma disputa de pênaltis. O confronto ficou engasgado na garganta dos madridistas e principalmente de Sérgio Ramos e Cristiano Ronaldo - que erraram suas cobranças na ocasião -, fazendo com que o português mandasse um recado à torcida na época: "Lhes devo uma final".
          Tendo ganho a primeira parte da decisão em casa por 1-0, o Real Madrid chegou à Alemanhã com uma missão diferente das últimas três semi-finais em que participou: administrar o resultado, ao invés de buscar uma virada. O Bayern, por outro lado, contava com o retrospecto favorável e com o apoio de sua torcida em casa para realizar a não tão impossível missão de se classificar e chegar à final pelo terceiro ano consecutivo. Empates favoreceriam os espanhóis, e qualquer vitória alemã por mais de 1-0 daria a vaga para o time de Guardiola. Para o Madrid, era hora de cair mais uma vez diante da maldição alemã, ou de finalmente se libertar dela.
           No começo do jogo, o Bayern se mostrava nervoso. Talvez por estar focado demais nos passes e na responsabilidade de marcar gols, deixavam a parte defensiva um pouco de lado, e com poucos minutos já haviam ocorrido duas falhas significativas nesse setor. Foi o começo das chances do Real Madrid, que se preparava para a qualquer minuto acionar seu contra-ataque letal. Apesar de essa ser a principal proposta do time merengue, não foi através dela que chegaram às redes: aos 15 minutos, após cobrança de escanteio, o zagueiro Sergio Ramos estreou o placar e também sua vingança aos alemães. Com esse gol, se acabavam as chances de prorrogação e o Bayern era obrigado a chegar às redes três vezes para se classificar.
         Menos de cinco minutos depois, a cabeça de Ramos funcionou novamente, deixando o Real Madrid em posição muito confortável com um 2-0 no placar. Os donos da casa precisariam marcar 4 gols e não levar nenhum do melhor ataque da competição. Tarefa difícil? Ficaria ainda pior. Diante de tamanho susto, o Bayern se mostrava descontrolado e frustrado, ainda mais pelo fato de que praticamente nenhum de seus jogadores finalizava as jogadas nas poucas vezes em que chegavam à área espanhola. Para sentenciar um jogo já praticamente decidido ainda no primeiro tempo, o Real Madrid contou com seu melhor jogador, Cristiano Ronaldo, para marcar o terceiro da equipe merengue. Nascido de uma jogada de contra-ataque do trio BBC - Benzema, Bale e Cristiano -, o gol serviu para consagrar o jogador português como o maior artilheiro de uma edição de Champions League, totalizando 15 gols em 10 jogos.
         O segundo tempo foi mais uma dose do que aconteceu no primeiro, em que um time trabalhava a bola enquanto o outro administrava sua vantagem e esperava pela chance de contra-atacar. No Bayern, Ribéry e Müller deram lugar à Götze e Pizarro, mas a impotência de não conseguir chegar ao gol visitante permanecia. Do outro lado, o glorificado Ramos saiu com enorme moral para a entrada de Varane, e também para evitar uma possível suspensão na final, devido ao fato de que o jogador estava pendurado. Xabi Alonso não teve a mesma sorte e, ao levar um cartão amarelo, decretou sua ausência em Lisboa, desfalque de extrema importância para os blancos.
          Faltando 15 minutos para o fim da partida, alguns torcedores bávaros já começavam a deixar o estádio, desacreditados, e perderam a chance - feliz ou infelizmente - de presenciar, aos 89 minutos, outro gol de Cristiano Ronaldo. De falta, o português colocou a cereja no bolo da classificação, sobre um rival que até então trazia lembranças amargas. Com 5-0 no agregado, o Real Madrid mostrou um antídoto para a maldição alemã e, depois de 12 anos, chega a uma final da Champions League de novo. Cristiano cumpriu sua promessa, e o Bayern de Guardiola... bom, o Bayern teve a posse de bola.      

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