30 de abril de 2014

          Os candidatos a finalistas que jogaram na quarta-feira (30), já sabiam que teriam pela frente o poderoso Real Madrid como adversário em Lisboa, para decidir o título. Enfrentaria José Mourinho o seu ex-clube, ou seria o Atlético de Madrid que avançaria para disputar um dérbi madrilenho valendo o título da Champions League? O palco para essa decisão foi o Stamford Bridge, na Inglaterra, casa do Chelsea e amuleto de sorte dos anfitriões. Após um empate por 0-0 no jogo de ida, o confronto estava completamente aberto para quem soubesse administrar melhor uma oportunidade com 90 valiosos minutos.
          Os blues contavam com a volta do belga Hazard - jogador que mais criou chances de gol nas ligas européias dessa temporada - para trazer um potencial mais ofensivo ao time. Apesar de manter o foco em defender, o Chelsea poderia se permitir ousar um pouco mais estando em casa, e foi exatamente isso que aconteceu. No primeiro tempo, o jogo estava equilibrado dentro das propostas das duas equipes, porém os ingleses procuravam atacar muito mais do que fizeram em Madrid. Pelo Atlético, Diego Costa - isolado na frente - se movimentava bem e buscava surgir como opção de passe. Era claro que os colchoneros focavam suas esperanças em fazer a bola chegar nele, para que o brasileiro decidisse.
          Aos 35 minutos, em uma bela jogada do brasileiro Willian - que resultou em cruzamento de Azpilicueta -, o atacante Fernando Torres abriu o placar para os ingleses, contra seu time do coração, e inclusive não comemorou em respeito à torcida. Menos de dez minutos depois, aos 44, a defesa desarrumada do Chelsea deu a oportunidade para Adrián López deixar tudo igual no placar e colocar a vaga na mão dos espanhóis. Devido ao empate por 0-0 no jogo de ida e à regra do gol fora de casa, qualquer empate favorecia o Atlético.
          No segundo tempo, os defensores do time inglês permaneciam desatentos, e com poucos minutos de jogo quase permitiram que uma chance dos adversários se transformasse em gol; por sorte, o goleiro Schwarzer fez boa defesa. Com apenas 8 minutos, Mourinho decidiu fazer não só uma substituição, mas também uma mudança tática em seu time: o atacante Eto'o entrou no lugar do Ashley Cole, e Azpilicueta retornou à sua costumeira posição de lateral esquerdo. Cerca de cinco minutos depois de sua entrada, Eto'o fez um pênalti bobo e desnecessário em Diego Costa, que marcou seu oitavo gol em oito jogos pela Champions League e deixou a equipe de Madrid à frente no placar: 1-2.
          A melhor postura e administração de bola do Atlético no segundo tempo deu superioridade ao time, que criava boas chances. O Chelsea precisava agora de dois gols para avançar, e conforme o tempo passava, a chance de participar da final se via cada vez mais distante. Hazard não se achava em campo, e os blues não conseguiam esboçar uma reação diante da situação em que se encontravam. As coisas ficaram ainda piores para os mandantes quando Arda Turan, aos 26 minutos, marcou o terceiro gol colchonero, que praticamente resolvia o confronto. Invicto, o Atlético de Madrid de Simeone chegava a uma decisão de Champions League após 40 anos de espera. Morrendo na praia, o Chelsea sofreu sua quarta derrota em casa, em um total de 117 jogos sob o comando de Mourinho.
          Os dois últimos campeões europeus - Bayern e Chelsea - ficaram pelo caminho e não participarão da grande final que, pela primeira vez na história, terá como protagonistas dois times da mesma cidade. Real Madrid e Atlético de Madrid se enfrentarão no dia 24 de maio, em campo neutro, e somente um deles voltará para a Espanha consagrado. Será a vez do tão aguardado décimo titulo madridista, ou da primeira conquista colchonera? Somente sob à luz de Lisboa, saberemos.

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