23 de março de 2014

          Quatro pontos separavam Real Madrid e Barcelona hoje, quando entraram em campo para disputar um dos confrontos mais históricos e clássicos do futebol mundial. O time da capital, exibindo a liderança e um retrospecto de ótimas atuações em 2014, recebeu no Santiago Bernabéu os catalães de Barcelona, tendo a missão de ampliar a vantagem sobre o rival e também sobre o Atlético de Madrid, segundo colocado da tabela, que esperava ansiosamente um tropeço dos merengues para manter viva a chance de conquista do campeonato espanhol, título que não ganham há mais de 10 anos.

          Estádio lotado. Super-jogadores. Mosaico. Atmosfera sufocante. Todos os ingredientes indispensáveis, à altura do que se espera em um espetáculo desse nível. Todos, menos um: arbitragem. Após apitar o polêmico clássico do primeiro turno, o árbitro Undiano Mallenco foi novamente escolhido para ser o responsável pelo enfrentamento dos dois gigantes espanhóis. E, para não perder o costume, carimbou seus erros e bizarrices em um jogo que tinha de tudo para ser ótimo.
          Aos 6 minutos, Iniesta abriu o placar para os visitantes saírem na frente. Ao receber uma assistência de Messi, pelas costas do lateral merengue Carvajal, o espanhol finalizou para o gol livre de qualquer marcação. O empate dos donos da casa veio aos 19 minutos, da cabeça do francês Benzema, que recebeu cruzamento de Di María na medida certa para ganhar dos zagueiros pelo alto. Essa mesma dupla funcionou de novo quando, dois minutos depois, Benzema recebeu outra assistência do argentino e virou o placar para o Real Madrid. Aos 41 minutos, Messi aproveitou uma bola que sobrou viva na área merengue e levou sua equipe para o intervalo com tudo igual no placar: 2 a 2. Logo após o gol, houve confusão e um início de briga entre os jogadores, que envolveu principalmente Pepe, do Real Madrid, e Fàbregas, do Barcelona. Menção negativa à Busquets, também do Barcelona, que propositalmente pisou na cabeça de Pepe durante o tumulto, quando este estava no chão (veja aqui a imagem do lance). O árbitro nada marcou.
          No segundo tempo, a partida deixou de ser espetáculo e foi marcada por aberrações. Aos 53 minutos, o zagueiro Daniel Alves protagonizou um lance na área do Barcelona em que, após passar pela frente de Cristiano, deixou o pé para que o atacante não avançasse em direção ao gol. Pênalti marcado. Apesar de o lance ter sim sido faltoso e até digno de cartão amarelo (que não aconteceu), o contato ocorreu fora da área e, portanto, a penalidade foi equivocada. (Confira a imagem aqui).
          O pênalti não foi desperdiçado por Cristiano, que deixou o Madrid à frente no placar mais uma vez. Quase dez minutos depois, aos 63, o árbitro Undiano Mallenco cometeu seu deslize mais grotesco, que resultou em uma completa mudança nos ares da partida. Neymar, impedido, corria em direção a uma bola lançada para a pequena área, enquanto Sergio Ramos o acompanhava para fazer a cobertura. Sem que fosse tocado, o brasileiro - que mal tinha aparecido no jogo até então - mergulhou na área, simulando um contato inexistente. Pênalti e expulsão para o zagueiro do Real Madrid, perpetuando as já rotineiras e cansativas circunstâncias que os merengues tão bem conhecem quando jogam contra os catalães. Como já disse José Mourinho: "Estou cansado de preparar meu time para jogar com dez contra o Barcelona". Confira o lance do pênalti/expulsão clicando aqui.
          Ancelotti não foi bem; com a expulsão de Ramos, o técnico italiano tirou Benzema - autor de 2 gols - para colocar o zagueiro Varane. Diante das entradas de Alexis e Pedro no time catalão, que trouxeram ar novo ao elenco e apostaram nessa reciclagem de fôlego para efetivar o ataque, Ancelotti permaneceu estático, somente utilizando a mesma proposta vários minutos mais tarde, quando não havia muito mais que se fazer. Principalmente porque, à 10 minutos do final da partida, o Barcelona recebeu mais um pênalti, que Messi converteu, decretando o placar 3-4 para os visitantes.
          Com esse resultado, o Real Madrid se encontra empatado com o Atlético de Madrid na tabela do campeonado espanhol, com 70 pontos, mas cai para o segundo lugar devido ao critério do confronto direto. O Barcelona segue em terceiro, com 69 pontos, e diminui a diferença que tinha em relação aos dois times da capital para apenas um ponto. De agora até o final da liga, cada deslize pode custar caro e o título pode ser decidido nos detalhes.

Confira todos os gols e melhores momentos da partida aqui

Um comentário:

  1. Filha, parabéns pelo discernimento nos comentários que você fez, muito bem sintetizado tudo que aconteceu nesse jogo, em que mais uma vez, os erros se repetiram.

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