8 de abril de 2014

      Os jogos de volta da fase semi-final da Champions League, que tiveram início na terça-feira (8) de hoje, contavam com dois times em busca de um milagre. O Borussia Dortmund, no Signal Iduna Park, e o Chelsea, no Stamford Bridge, precisavam de uma virada no placar para alcançar uma difícil classificação para a próxima etapa. Sob os olhos de seus torcedores, as duas equipes buscavam superar o resultado mais que favorável para os visitantes e acreditar até o final que ainda havia chance. Somente os ingleses de José Mourinho conseguiram o feito; entretanto, os alemães bateram na trave.
      Enfrentando um Real Madrid que lhes aplicou 3-0 na Espanha, o Borussia não se deixou abater pela desvantagem e nem por desfalques, contando com o apoio sempre imenso e incondicional de sua "muralha amarela" para pressionar o adversário - elemento esse que é muito favorável e influente em uma partida como essa. Enquanto sua meta era usar isso a seu favor e tentar impôr a garra alemã, o objetivo do Madrid - sem Cristiano Ronaldo, que foi poupado devido a incômodos no joelho - era basicamente marcar um gol para reafirmar sua passagem para as semi-finais e controlar a partida. Tarefa relativamente simples, mas que os jogadores conseguiram complicar.
          Aos 17 minutos, Di María teve a oportunidade de colocar em prática a proposta do Real e praticamente resolver o confronto, após a marcação de um pênalti para os visitantes. Entretanto, o argentino viu sua cobrança ser defendida pelo goleiro Weidenfeller, e foi aí que os jogadores blancos sofreram um apagão que quase lhes custou muito caro. Sem conseguir se impôr e jogando muito pouco futebol, o Real Madrid mostrou uma fragilidade mental massacrante durante o primeiro tempo. A desestabilidade era refletida por todos os 11 jogadores do elenco, que transformaram um erro comum - e até aceitável, diante das condições - em uma catástrofe, e não esboçavam capacidade de reação.
          Em falha do zagueiro Pepe combinada com erro do goleiro Casillas - em uma bola mal recuada e saída mal efetuada -, o alemão Marco Reus abria o placar para o Borussia, aos 24 minutos. Mais pânico merengue, menos reação. O segundo gol veio aos 37, em outra falha - dessa vez do meia Illaramendi -, e num piscar de olhos os donos da casa estavam a um gol da prorrogação, empurrados por seus torcedores o tempo todo. Ficou clara a infantilidade e falta de concentração do elenco espanhol diante de adversidades. Em meio a tudo isso, Cristiano Ronaldo era focalizado inquieto no banco do Madrid, oscilando entre resmungos e tentativas de dar ânimo a seus companheiros.
          No segundo tempo não foram marcados gols, e a partida terminou 2-0. A classificação dos espanhóis se deve em grande parte à Mkhitaryan - que perdeu ao menos 3 oportunidades claras, sendo uma delas de frente ao gol vazio - e ao goleiro Casillas, que apesar de falhas, esteve seguro e evitou que sua equipe ficasse em maus - ou piores - lençóis. Independente do objetivo ter sido cumprido, o time de Ancelotti tem muito sobre o que refletir. Tinham o resultado praticamente garantido, porém faltou cabeça e capacidade para administrá-lo. Chegam às semi-finais sem convencer, e com problemas que não podem acontecer com quem deseja ser candidato a título.

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