27 de junho de 2013

Se hoje tivesse sido uma prova de fogo em que o placar não fosse determinante, o Brasil teria falhado. Jogo eliminatório, no próprio país, em que se é favorito: foi pressão suficiente para atrapalhar a seleção, que teve um rendimento muito abaixo do que vem mostrando ultimamente. Aos 12 minutos, David Luiz deixou toda sua técnica de lado e exibiu falta de maturidade, ao quase arrancar a camisa de Lugano dentro da área, cometendo um pênalti juvenil. Forlán contra o goleiro Julio Cesar, que levou a melhor e até ganhou o prêmio de "melhor em campo" ao final da partida. Se a seleção estava péssima nos primeiros minutos, depois da defesa na penalidade máxima, ficou somente ruim. A tendência era que a torcida empurasse e os jogadores ficassem mais calmos. Entretanto, alguns demonstraram ansiedade e outros simplesmente não entravam no jogo.
Ressaltar a raça dos uruguaios já virou clichê. Na partida de hoje, demonstraram qualidade e principalmente organização. A tática para amarrar o jogo dos brasileiros se concentrava sobretudo no modo de defender. Enquanto um centralizado Forlán tomava conta de Luiz Gustavo, os atacantes Cavani e Suárez eram recuados um pouco para dar o primeiro combate aos laterais Marcelo e Daniel Alves, deixando os zagueiros livres e garantindo uma superioridade numérica atrás, no setor defensivo. Cavani, por sinal, fez um trabalho tático brilhante fechando o apoio do lateral brasileiro Marcelo, mesmo sendo atacante, e com certeza foi o destaque no Mineirão. Parecia se dividir em dois para marcar e logo aparecer na área. Diante da eficiência defensiva do Uruguai, o Brasil se tornou um time nervoso, que apenas rolava a bola pelo gramado e não conseguia criar jogada alguma, e então às vezes perdia a posse e permitia o contra-ataque adversário.
Aos 40 minutos, em um suspiro de bom momento, Fred abriu o placar para a seleção brasileira. O magnífico lançamento de Paulinho que iniciou a jogada, foi realizado a 32 metros de distância.
No segundo tempo, o que já estava ruim se complicou ainda mais e logo cedo, com um gol de Cavani empatando o jogo. Em uma falha na saída de bola do zagueiro Thiago Silva - que pecou em não dar o famoso e grosso "chutão" -, Cavani aproveitou a sobra e não desperdiçou.
O Uruguai se arriscava mais, explorava mais os contra-ataques e levava perigo. Felipão decidiu mexer no time. Não por questões técnicas, nem táticas, mas para utilizar o bônus "torcida": tirou Hulk e colocou Bernard, jogador do Atlético Mineiro. A seleção brasileira acordou um pouco, e melhorou relativamente o rendimento. A outra mudança veio com Hernanes - no lugar de Oscar, que continua sumido desde a última partida - que trouxe mais liberdade para Paulinho. A quinze minutos do final da partida, os uruguaios começaram a demonstrar cansaço. A equipe estava recuada e havia perdido a intensidade, apesar de ainda levar perigo em jogadas aéreas.O desfecho estava com cara de prorrogação, mas Paulinho não permitiu: decisivo, cabeceava para as redes a bola que garantia a vitória do Brasil, aos 85 minutos. Tendo marcado 5 gols pela seleção brasileira, está a somente 2 de se tornar o volante com maior número de gols na história da seleção, tendo feito apenas 16 jogos.
O Brasil conseguiu uma grande vitória, sobre um grande adversário, tendo feito uma atuação muito ruim. Sem qualquer consistência ou organização, ganhamos no que pode ser chamado de um golpe de sorte. Mas na final, no Maracanã, contra Espanha ou Itália... vamos precisar de muito mais que isso.

Giovanna Rinaldi

Créditos: André Rocha (ESPN)

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